domingo, 17 de junho de 2012

Histórias que emocionam


Eu vivo cercada de histórias de superação. E me orgulho muito de fazer parte da vida das minhas crianças e adolescentes. Crianças que andam após um esforço imenso, aos cinco ou 10 anos. Jovens guerreiros que se recusam a receber um dinheiro chamado pejorativamente de benefício, tendo que atestar sua incapacidade. Lutam para provar sua capacidade e conquistar um lugar melhor no mundo. Adolescentes que vivem esse difícil período numa escola e numa sociedade que olha o deficiente com pena, como “coitadinho”. E eles estão lá, se expondo, mostrando a força da diversidade.
Eles estão todos os dias, mesmo que silenciosamente, nos mostrando que são capazes, que são aptos e que se o olhar é de preconceito, errado é quem olha.
Entretanto, confesso que certas histórias são mais impressionantes e me fazem refletir na força incomensurável do ser humano.
Esteve em vários veículos da imprensa essa semana o lançamento do livro da escritora e pintora Eliana Zaghi. Uma mulher de 38 anos, vítima de uma doença grave e já erradicada em nosso país que é a paralisa infantil, Eliana vive internada desde a infância respirando com ajuda de aparelhos e sem mexer nenhuma parte do corpo, exceto a face.
O livro se chama “Pulmão de aço: uma vida no maior hospital do Brasil” e descreve sua história de superação e amor à vida. Mesmo nestas condições adversas, Eliana estudou, fez curso de inglês e italiano, cursou, ainda, história da arte e virou pintora. Isso mesmo, pintora! Com a boca!
Eu, que mal desenho uma casinha, fico admirada com qualquer talento artístico. Mas com a boca? É absurdamente impressionante.
Entendo que olhamos nossos problemas de perto, e por isso eles parecem maiores e difíceis de resolver, mas conhecendo histórias como esta, vale colocar em perspectiva nossas reclamações e as dificuldades que eventualmente achamos intransponíveis.
Olhar o outro com empatia e admiração, nos faz aprender com a dor, as alegrias e a superação de pessoas mais que especiais.
E faço isso todos os dias. A grande dificuldade da minha profissão, que é lidar com doenças graves acometendo crianças, é também minha grande alegria, que é presenciar vitórias e conquistas, onde se achava improvável.
Para finalizar, vamos pegar a energia de renovação e renascimento vinda com a Páscoa e refletir sobre nossos projetos e nossas angústias. Momentos como esse são ideais para contextualizarmos o que é realmente importante: viver com plenitude e alegria.
Sejamos felizes.


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